quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Música à moda da Igreja


Música Acapela


• Música acapela = “música vocal”


• A palavra acapela vem do latim “a” +

“capella”, ou seja, “à moda, ao estilo” +

“da igreja”.


• Como ocorreu o fato lingüístico definir

música vocal como música de igreja?


• Tal equação vem do fato da musica vocal

ser, por mais de um milênio, a música que

se canta nas igrejas.

A música cristã era diferente da

música do templo judaico.


NO VELHO TESTAMENTO: Instrumental.


Nm 10.8,10 – Trombetas, sacerdotes, sacrifício; 1Cr 13.8 – Arca,

instrumentos, etc; 2Sm l 6.12-19 – Arca, levitas, danças, instrumentos,

sacrifícios; 1Cr 25.1,6 – Levitas, Templo, instrumentos; 2Cr 5.12-13

Levitas, Templo, instrumentos; 2Cr 29.27-30 – Holocausto,

instrumentos, levitas; Sl 32.2-3; 71.22-23; 149.3 – Tocar e cantar;

Salmo 47.6 – Cantar; Salmo 150 – Muitos instrumentos e danças; 1Cr

15-16; 23.5; 25.1; 2Cr 29.25 – tudo autorizado


NO NOVO TESTAMENTO: Vocal.


Mateus 26.30 & Marcos 14.26 - cantar hinos; Atos 16.25 - cantar

louvores; Romanos 15.9 - glorificar e cantar louvores; 1 Coríntios 14.15

- cantar com o espírito e a mente; 1 Coríntios 14.26 - um tem salmo;

Efésios 5.19 - falando e entoando salmos, hinos e cânticos espirituais;

Colossenses 3.16 - instruir e aconselhar com salmos, hinos e cânticos

espirituais; Hebreus 2.12 - cantar louvores; Hebreus 13.15 - sacrifício

de louvor, fruto de lábios que confessam o seu nome; Tiago 5.13 -

cantar louvores.


A música cristã era diferente da

música da sinagoga judaica.


Sinagoga:


* Sábado

* Lei e profetas

* Hierarquia patriarcal

* Centralidade da lei

* Pregação de Moisés

* Lei e tradição

* Uns poucos dirigiam

* Mulheres proibidas de cantar


Igreja:


* Domingo

* Jesus e apóstolos

* Comunidade fraternal

* Centralidade da ceia

* Pregação de Jesus

* Evangelho e Espírito

* Todos cantavam

* Mulheres cantando com os homens


A música cristã era diferente da

música dos pagãos.


• A música pagã: expressão de sentimentos, amores,

religiosidade; usos militares, escolares, civis, etc. Ás vezes,

era associada a modos efeminados.


• Nos cultos pagãos: (i) melodias elaboradas e (ii) uso de

instrumentos: Os “adoradores” eram apenas

“expectadores”.


• Na prática, as músicas nos rituais pagãos serviam: (i) para

atrair e agradar os deuses e repelir os demônios; (ii) depois,

ajudavam a criar êxtase e frenesi nos adoradores (As

bacas, no ápice de seu frenesi musical e ritual,

despedaçavam um animal ainda vivo e comiam sua carne

quente e crua); (iii) também, eram usados para abafar o

som (gritos) dos animais sacrificados.


• Nada disso servia aos cristãos.

A música cristã era diferente da

música dos pagãos.


• Uma paráfrase de Ef 5.19: “Quando vocês se reunirem, façam que

sua alegria consista, não em ficar cheios de vinho, mas cheios do

Espírito; façam suas músicas serem não as músicas dos bêbados

das festas pagãs, mas que suas músicas sejam Salmos e Hinos e

Odes espirituais; e que o seu acompanhamento não seja a música

feita na lira, mas a música feita no coração; quando vocês cantarem

estas músicas estarão louvando, não a Baco ou Afrodite, mas o

Senhor Jesus Cristo”.


• Os cristãos foram contraculturais!


• Sua música era (i) vocal e (ii) monódica.


• Não usavam instrumentos e o tom era um só.


• Estavam em agudo contraste com cultura religiosa da antiguidade,

que cultuava (i) com instrumentos variados e (ii) com melodias

elaboradas.


• No Século II em diante, a igreja foi contra o uso de instrumentos em

casas ou em particular, por estarem associados a idolatria,

imoralidade e ao ócio.


A música genuinamente cristã:


• A lista abaixo mostra que esta música vocal é a ÚNICA

recomendada à igreja cristã. Mt 26.30 & Mc 14.26; At

16.25; Rm 15.9; 1Co 14.15, 26; Ef 5.19; Cl 3.16; Hb

2.12; 13.15; Tg 5.13. Estes são TODOS os textos sobre

a música na igreja.


• A lista abaixo irá mostrar que esta música instrumental

NUNCA é recomendada à igreja cristã. Mt 6.2; 9.23;

11.16-17; Lc 15.25; 1Co 13.1; 14.7, 8; 15.52; 1Ts 4.16;

Ap 5.8; 8.6; 14.2; 18.22. Nenhum destes é mandamento;

nenhum deles fala do culto na igreja; nenhum deles

pode justificar o uso de instrumentos no culto a Deus.

Eles mostram que os cristãos antigos conheciam todos

os tipos de instrumentos de seu tempo, mas não

usavam nenhum no culto a Deus.


Características do louvor vocal cristão:


1. Louvor cristão por natureza

2. Louvor cristão por forma

3. Louvor cristão por função

4. Louvor cristão por obediência

5. Louvor cristão por consciência e unidade

6. Louvor cristão por pureza e prevenção


Características do louvor vocal cristão:


1. Louvor cristão por natureza


• Doutrina da criação

• Doutrina da ressurreição

• Doutrina de Deus

• Doutrina da obediência


Características do louvor vocal cristão:


2. Louvor

cristão

por

forma


Confessando Deus (Hb 13.15) sim não

Louve a Deus (Hb 2.12) sim não

Com entendimento (1Co 14.15) sim não

Com o espírito (1Co 14.15) sim não

Admoeste (Cl 3.16) sim não

Ensine (Cl 3.16) sim não

Com o coração (Ef 5.19) sim não

Fale em cânticos (Ef 5.19) sim não

ORDENS DO NT VOZ Instr.


Características do louvor vocal cristão:


3. Louvor cristão por função


• Cantar é um meio de pregar a Cristo:


• Cantar é uma confissão de fé:


• Cantar é encher-se do Espírito e da Palavra de Cristo:


• Cantar é oferecer um sacrifício espiritual:


• Cantar é compartilhar e antecipar o futuro louvor celeste:


• Cantar é realizar edificação mútua:


• Cantar exemplifica a unidade da igreja:


• Cantar envolve toda a pessoa:


• Cantar expressa as mais profundas emoções e

sentimentos:


• Cantar é seguir o caminho de Jesus:


Características do louvor vocal cristão:


4. Louvor cristão por obediência

"

NÃO ULTRAPASSAR O QUE ESTÁ ESCRITO"

O ESPECÍFICO EXCLUI O GENÉRICO


��O CASO DE NADABE E ABIÚ: Lv 10.1-2


��O CASO DE MOISÉS: Nm 20.8-11


��O CASO DE JONAS: a ordem para ir a Nínive exclui Társis...


��O CASO DO TABERNÁCULO: a planta que Deus deu exclui

qualquer outro projeto...


��O CASO DA ARCA: "tábuas de cipreste" exclui jacarandá,

pinho etc.


��O CASO DA CEIA: "pão e fruto da videira" exclui carne, água,

legumes, etc.


��O CASO DO BATISMO: “imergir” exclui aspergir, derramar,

molhar ou qualquer outra forma.


��O CASO DA MÚSICA: "cantar" exclui tocar, acompanhar,

dançar, bater palmas, etc.


Características do louvor vocal cristão:


5. Louvor cristão por consciência e

unidade


• Dúvidas sobre a questão


• Unidade da igreja


Características do louvor vocal cristão:


6. Louvor cristão por pureza e prevenção


• O “Cavalo de Tróia” da Teologia


• História das igrejas de Cristo no Brasil

central e no nordeste

História da igreja


• Na igreja primitiva


• Na igreja antiga


• Na Idade Média


• Na igreja grega


• Na Reforma Protestante


• Nas igrejas modernas

Música na igreja apostólica


• "A sinagoga ... desenvolveu um tipo de música exclusivamente vocal"

(Everett Ferguson, Encicl. do Cristianismo Primitivo, p.630)


• “Presumimos que a adoração cristã primitiva era estritamente vocal...” (D. P.

Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 95)


• “Os pais da igreja primitiva proibiam o uso de música instrumental na

adoração.” (D. P. Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 109)


• “É verdade que a música instrumental para a adoração não é

mencionada em o Novo Testamento. ... Além do mais, visto que os

instrumentos eram usados apenas em conexão com as ofertas

sacrificiais, eles não tinham lugar na adoração da sinagoga judaica.”

(D. P. Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 57)


• “Na igreja cristã primitiva havia, entretanto, um forte sentimento contra

o uso de instrumentos no culto divino.” (George W. Stewart, Music in

Church Worship, London, Hodder & Stoughton, 1926, p. 214, citado

por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p.89)


• “O desenvolvimento da música Ocidental foi decisivamente

influenciado pela exclusão dos instrumentos musicais da igreja cristã

primitiva.” (Paul Henry Lang, Music in Western Civilization, New

York, W. W. Norton, 1941, p. 54, citado por Rubel Shelly, Sing his

Praise!, p.89)


Música na igreja antiga:


• “Os cristãos primitivos recusaram-se ter qualquer coisa a ver com a

música instrumental que eles herdaram do mundo antigo. ... Em

outras palavras, música foi destinada a estar ligada à linguagem por

muitos bons séculos.” (Theodore M. Finney, History of Music, rev.

ed., New York, Harcourt, Brace & Co, 1947, p.43, citado por Rubel

Shelly, Sing his Praise!, p.90)


• “Na igreja cristã primitiva somente o canto foi permitido e não o

tocar de instrumentos.” [Tradução livre de Hugo Leichtentritt, Music,

History and Ideas, Cambridge, Harvard Univesity Press, 1947, p.

34, citado por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p. 90].


• “A comunidade cristã primitiva tinha o mesmo ponto de vista, como

se pode conhecer pela literatura apostólica e pós-apostólica: muisa

instrumental era totalmente inadequada para os cultos religiosos; as

fontes cristãs são retumbantes em sua condenação às performaces

instrumentais. Originalmente, somente canto foi considerado digno

de ter acesso direto à Divindade.” (Eric Werner, “Music of Post-

Biblical Judaism” in The New Oxford History of Music, Vol. I, ed.

Egon Wellesz, London, Oxford Univesity Press, 1957, p. 315 citado

por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p.90)


Sobre a introdução de instrumentos na

música da igreja:


�� O uso de música instrumental foi um dos

desvios da Igreja Romana.


�� Até hoje, a Igreja Grega não usa música

instrumental.


�� O órgão moveu-se das cerimônias imperiais

para a igreja, entre o sétimo e o décimo séculos.


�� Lutero fez o povo cantar e orar.


�� Zwinglio tirou os órgãos e a música como um

todo do culto.


�� Calvino, retirou os instrumentos pois não são

explicitamente mencionados no culto do NT.

Música na igreja grega


• "O critério geral dos primeiros patriarcas da igreja era

frontalmente contrário ao uso de qualquer instrumento

no templo (igreja)" (Encicl. Católica, "Órgão", Vol. V,

pág. 1064.)


• "O uso do órgão nas igrejas é atribuído ao papa Vitalino

(657-672 d.C.)". (Philip Schaff, História da Igreja

Cristã, IV, pág. 439)


• "Uma forte oposição ao órgão no culto da igreja fez-se

sentir, no sentido geral, até o século XII." (Encicl.

Católica (inglesa), XI, pág. 300-301)


• "Os gregos (igreja ortodoxa grega) rejeitam órgãos e

instrumentos musicais..." (Encicl. Schaff-Herzog, IV,

pág. 51)


Música vocal em outras igrejas:


�� Há ainda hoje alguns grupos que só

usam música vocal e que não permitem

música instrumental.


• Igreja Ortodoxa Grega

• Igreja Jacobita

• Igreja Nestoriana

• Igreja Siríaca

• Todas as igrejas reformadas, no início de

sua separação de Roma


As igrejas reformadas:


�� Os Reformadores foram contra os instrumentos, mas,

como o passar dos anos, todas as igrejas reformadas e

evangélicas adotaram o uso de instrumentos.


�� A reintrodução da música instrumental no louvor é

paralela com a cada vez maior exclusão do povo do

louvor, para centralizá-lo nos ‘clérigos’, como se faz hoje

em dia. A chamada ‘equipe de louvor’, o ‘coro’, ou a

‘banda’ da igreja é que louva e é a dona do louvor. O

resto é figurante, expectador ou segunda voz (para não

dizer ‘voz de segunda’).


�� Os grupos pentecostais e carismáticos surgiram depois

da música instumental estar bem instalada nas igrejas,

de forma que o instrumento musical no culto faz parte do

“dna” destas igrejas.


Mais citações:


• “Por quase mil anos o Canto Gregoriano, sem qualquer

adição instrumental ou harmônica, foi a única música

usada em conexão com a liturgia” (Catholic

Encyclopedia, 1913 ed., s. v. “Musical” citado por Rubel

Shelly, Sing his Praise!, p.91)


• “Pio X em seu (escrito) Motu proprio sobre a música da

igreja (22 de novembro de 1903) no parágrafo IV diz:

‘Apesar da música própria da igreja ser música

puramente vocal, música com acompanhamento de

órgão é também permitida...” (Citado por Rubel Shelly,

Sing his Praise!, p. 91)

Mais citações


• Enciclopédia Católica , vol. X, pág. 651 – “Embora que

Josefo falasse dos efeitos maravilhosos produzidos no

templo (judeu) pelo uso do instrumento, os primeiros

cristãos eram duma fibra tão espiritual, que não

substituíram um instrumento sem vida em lugar da voz

humana, ou para acompanhar a voz”


• Clemente de Alexandria condenou severamente o uso

de instrumentos. Seu texto, freqüentemente mal citado

sobre a permissão do uso de harpas dizia respeito ao

seu uso em refeições familiares e não refeições da

igreja (Clem. Alex., Pedagogo, 2.4.43).


• “Toda a múcisa cristã antiga era vocal: ‘Nós precisamos

um instrumento: a pacífica palavra de adoração, não

harpas ou tambores, ou gaitas ou trombetas’ disse S.

Clemente de Alexandria cerca de 200 AD.” (Curt Sachs,

Our Musical Heritage, 2nd ed, Englewood-Cliffs,

Prentice-Hall, 1955, p. 43, citado por Rubel Shelly, Sing

his Praise!, p. 90).


RESPOSTAS A ERROS E

ARGUMENTOS COMUNS

USADOS EM DEFESA DA

MÚSICA INSTRUMENTAL NA

IGREJA


ERRO # 1 - “Os cristãos antigos não

usavam instrumentos no culto por causa

de sua baixíssima cultura”


• Que boa parte dos cristãos era pobre é

verdade, mas havia ricos. E os pobres não

teriam acesso a instrumentos? Os ricos

não providenciariam? Os escritores do NT

citam todo tipo e espécie de música em

seus escritos. Sua cultura musical não era

tão baixa como alguns supõem.


ERRO # 2 – “Eles não usavam instrumentos

por medo da perseguição.”


• Se isto fosse verdadeiro os cristãos não

cantariam.


• Se o medo da perseguição fosse tal, a

igreja seria muda!


ERRO # 3 – “Os Salmos falam de instrumentos e

a igreja usava os salmos”.


• Os Salmos mencionam sacrifícios de animais

(Sl 50), o sacerdócio araônico (Sl 132), incenso

(Sl 141), o templo físico (Sl 65) e até sábados

(Sl 92 - título).


• Tudo isto é passado, é a velha aliança que

Jesus encravou na cruz (Efésios 2.15;

Colossenses 2.14).


• Os antigos cristãos trataram os instrumentos

dos Salmos de duas formas: (1) Aceitaram que

eram coisas da Velha Aliança, não úteis para a

igreja; (2) Alegorizaram os instrumentos,

fazendo-os assemelhar-se às partes do corpo

humano que louva a Deus.


ERRO # 4 – “Temos harpas sendo usadas

no Apocalipse”.


• Sim, são citados em Apocalipse 5.8-9;

14.2-3; 15.2-3, mas não como ordem ou

exemplo para a igreja.


• O livro é simbólico e cita o incenso

(Ap.5.8; 8.3-3), o altar de sacrifícios (Ap

6.9), vestes sacerdotais (Ap 6.11; 7.9), o

templo judaico (Ap 11.1-2), a arca da

aliança (Ap 11.19) e outras cerimônias e

artefatos de adoração do Velho

Testamento.


ERRO # 5 – “Este assunto é matéria de

escolha livre de cada grupo”.


• Mas há mandamentos no NT e a

consciência não é um guia seguro para

nossa vida espiritual. (Jz 21.25; Pv 14.12;

etc).


• Fé vem pela palavra (Rm 10.17) e neste

caso, não há liberdade, pois o Novo

Testamento diz o que quer de nós: canto

vocal!


ERRO # 6 – “Se não há lei, não há pecado”.


• Alguns tentam dizer que “O que não é

proibido é permitido”, sim, mas desde que

não se choque com o que foi ordenado.

Deus não proibiu o “Corbã”, mas rejeitou-o

quando ele tomou o lugar dos seus

mandamentos (Mc 7.9-13).


• Deus não pediu – Lv 10.1-2. É condenado

oferecer a Deus, no culto, o que ele não

pediu. Não há lei contra o terço, ou contra

incenso, etc – nem por isto podem ser

introduzidos.


ERRO # 7 – “O NT nem sequer menciona o

canto congregacional”.


• Isto é uma cegueira bíblica e histórica. Os

textos de Ef 5.19 e Cl 3.16 são claramente

comunitários e congregacionais.

Ef 5.14 é um fragmento de uma música

cantada em comunidade, talvez nos

batismos!


ERRO # 8 – “O que vale é a intenção”.


• Deus matou dois que fizeram o que ele

não pediu (Lv 10.1-2).


• Deus condenou Moisés e Arão por causa

de fazer do seu jeito (Nm 20.8-12).


• Deus matou um “bem intencionado” (2Sm

6.6-7 e 1Cr 13.9-10).


• Deus rejeita modificações em suas ordens

(1Sm 15.1-19)


ERRO # 9 – “Mas nós usamos hinários e bancos

que também não são ordenados no NT”.


• Estas coisas podem ser usadas na igreja pois

cumprem o mandamento de ‘cantar’ e não o

alteram para ‘tocar’ ou ‘dançar’. Elas não

acrescentam, mas são modos específicos de

cumprir o mandamento.


• Os instrumentos musicais não são um modo

específico de cumprir o mandamento de cantar,

mas uma clara adição – uma outra ação

paralela à primeira.


ERRO # 10 – “Se podemos usar instrumentos no lar ,

porque não usar na igreja?”


• Mas o “lar” e a “igreja” são duas instituições distintas!


• O que pode ocorrer é a prática da igreja interfere no que

ocorre no lar. Na história da igreja, já no segundo

século, os instrumentos foram banidos até dos lares, por

não serem usados nas igreja.


• Analisando a questão de outro modo, todos

concordamos que se não é bom na igreja talvez não

seja bom no lar.


• Sem dúvida, contudo, o que se faz no lar não está

liberado para ser feito na reunião da igreja. Em 1 Co 11

Paulo mostrou que as refeições pessoais deviam ser

tomadas em casa, para diferencia-las da ceia do

Senhor, tomada em conjunto com a igreja toda e

lembrando de Jesus. O que se fazia em casa não podia

ser repetido na igreja!


• A igreja se reunia em casas, mas não tinha

comportamento de casa particular, mas de casa de

Deus.


ERRO # 11 – “A palavra grega PSALLO em Ef 5.19 inclui o uso de

instrumentos musicais”


Não é verdade. A palavra PSALLO tem mudado de sentido na história e o uso

cristão dela não incluia o instrumento musical.


A história da língua grega, 6 divisões:


1.Perído Formativo - 1500-900 a.C.

2. Período Arcaico - 900-500 a.C.

3. Período Clássico - 500-300 a.C.

4. Período Koinê - 300 a.C.– 300 d.C. ��NT

5. Período Bizantino - 300-1453 d.C

6. Período Moderno - de 1453 até hoje.

O NT foi escrito durante o período do Grego Koinê.


Isto contribui para entender como PSALLO era entendido:


��No período Clássico, PSALLO = ‘tocar’


��No período Bizantino, PSALLO = ‘louvar’


E... no meio destes dois períodos está o Koinê e o Novo Testamento!!

PSALLO, em Rm 15.9, 1Co 14.15 (duas vezes), Ef 5.19 e Tg 5.13. Em todos

estes contextos, não há indicação de instrumento a ser tocado, a não ser

em Efésios 5.19, onde o instrumento citado é “o coração”!!

No grego Koinê, o grego com o qual o Novo Testamento foi escrito, tem se

chegado à firme conclusão que PSALLO significa louvor vocal e não

instrumental, pois este era o sentido do termo entre os judeus de fala grega

e entre a igreja cristã.


ERRO # 11 – “A palavra grega PSALLO em Ef 5.19 inclui o uso de instrumentos

musicais”


NÃO INCLUI.


O verbo PSALLO, na literatura pagã e antiga, e até durante o período Koinê, podia

incluir o sentido de “tocar harpa”, mas no Novo Testamento, quando se quer

falar de alguém tocando harpa, outras expressões são usadas: harpa =

KITHARA; tocar harpa = KITHARIZO; e tocador de harpa = KITHARODOS.

Nunca PSALLO é usado para designar o tocar harpa no Novo Testamento.

Os sinônimos e assemelhados a PSALLO, no Novo Testamento são: (i)

PSALMOS, da mesma raiz e também os sinônimos (ii) ADO, (iii) ODE, (iv)

HYNEO e HYMNOS. Todos estes termos falam da letra da música e não de

instrumentos.


Os termos pagãos mais comuns para música religiosa não ocorrem no NT.

A Epístola de Barnabé” 6.16, do Segundo Século usa o verbo PSALLO em

substituição ao verbo HYMNEO (Sl 22.22 na LXX = 21.23; Hb 2.12), para falar

da música que “confessa” a Deus.


Justino Mártir no meio do Segundo Século, no Diálogo com Trifo 74.3 usa

PSALLO como sinônimo de HYMNEO (v. tb. 29.2).


Melito de Sardes (~180 AD), na sua Homilia sobre a Páscoa (80), usa PSALLO

para falar dos cânticos dos judeus, que eram vocais.


Clemente de Alexandria (~200 AD) muitas vezes mostra PSALLO como música

vocal. Em uma única passagem que fala de PSALLO acompanhado de cítara

ou lira, ele tem que mencionar estes instrumentos e ele os permite só nos

banquetes e não na igreja (Pedagodo, 2.4.43.3).


Orígenes também usa como sinônimos os termos PSALLO, e os outros termos de

música vocal da igreja.


Se PSALLO significar “tocar harpa”, então..


...todos na igreja devem tocar e não só para o “conjunto

musical” da igreja.

...temos que sempre ter o instrumento para poder louvar.

...o único instrumento autorizado para uso a harpa.

(Poucos usam harpas!).

...por que a vasta maioria das versões não faz esta

tradução?

...como explicar a omissão dos instrumentos até o século

sétimo ou décimo?

...por que a Igreja Ortodoxa Grega, que fala grego desde o

tempo dos apóstolos, não entende o termo desta forma?

Como e porque eles excluíram os instrumentos do

culto?


Na verdade, PSALLO significa louvar e se há um

instrumento inferido no contexto, este é o coração:

“salmodiando de coração” (Ef 5.19). É para cantar com o

coração e não com uma harpa material!


ERRO # 12 – “Os cristãos e os judeus rejeitaram os instrumentos

musicais por causa de um movimento cultural contrário aos

mesmos, que estava crescendo mais e mais no mundo grecoromano.”


• Esta atribuição é uma uma falsa causalidade.


• Para ilustrar esta falsa causalidade, usaremos um exemplo.


• Os filósofos estóicos e cínicos pregavam contra o

desregramento sexual do mundo greco-romano. Contudo,

afirmar que a ética sexual cristã é dependente do pensamento

anti-sexual dos filósofos greco-romanos seria uma falsa

causalidade.


• Os motivação e alvos dos filósofos eram totalmente diferentes

daquilo que movia os cristãos.


• Assim, o fato de observarmos em alguns discursos pagãos e

judaicos algum preconceito contra o culto “material e

instrumental”, os motivos explícitos dos cristãos e dos judeus

contra estes instrumentos nunca foi o da “espiritualização” do

culto.


• Os judeus e os cristãos aproveitaram todo tipo de discurso

filosófico de seu tempo contra os deuses, a idolatria, a

imoralidade e contra o culto mecânico. Contudo, aproveitar um

discurso é muito diferente de ser influenciado e moldado por ele.


QUAIS OS VERDADEIROS

PROBLEMAS E QUESTÕES

ENVOLVIDOS NA DEFESA DA

MÚSICA INSTRUMENTAL NA

IGREJA


1. Ignorância e falta de atenção.

Nas igrejas


• Não se questiona se os instrumentos deveriam ser

usados no louvor.


• Isto já estava lá antes deles chegaram e continuará lá

depois. “Eu nasci assim e vou morrer assim!”


• Ninguém pensou; ninguém examinou; ninguém

perguntou.

Na nossa fraternidade


• A maioria pensa que a ausência de instrumento é

costume, falta de dinheiro, tradição ou gosto particular.


• Não se pensa se há fundamento bíblico para a prática

do canto vocal.


• As igrejas que não estudam a questão estão fadadas a,

depois de uma ou duas gerações, ter os instrumentos

musicais introduzidos no culto – sem conhecimento o

povo de Deus é destruído.


2. Pragmatismo.


• Pragmatismo = Se funciona é certo e bom. Se não funciona é

errado e ruim.


• Cristãos de verdade não podem ser pragmatistas. Podem ser

práticos, mas nunca pragmatistas. O pragmatismo segue, não a

vontade de Deus, mas o que dá certo.


• Um dos principais motivos para ter instrumentos musicais na

igreja é “porque funciona!” Atrai povo, agrada o público, todos

estão fazendo isto, há uma enorme indústria da música gospel.


• O movimento de Crescimento da Igreja manda obter resultados,

fazendo tudo o que for possível.


• Eles não perguntam: “Nossos filhos terão fé?” Eles querem

responder à pergunta: “Nossa fé terá filhos?”, ou seja, eles se

preocupam com o crescimento e não com o conteúdo da fé.


• As igrejas que mais crescem = as que descobrem o que as

pessoas querem e oferecem este produto.


• É marketing! Não pensam em mudar o homem – pensam em

atendê-lo. Não se prega arrependimento, mas, sim, vitória. Não

se prega transformação mas, sim, boa impressão.


3. Cultura do entretenimento


• A indústria do entretenimento.


• A melhor tecnologia é deles [e do exército].


• Nunca a humanidade deu tanta atenção ao lazer –

ao fazer nada!


• O culto cristão tem que concorrer com os outros

“shows” do mercado. O modo que as igrejas

resolveram fazer isto é oferecendo um “show

religioso”.


• Se observarmos no Brasil, o que fazem as igrejas

neo-pentecostais e os movimentos carismáticos

romanos, veremos que é uma versão religiosa de

um show. O culto tem que ser atrativo e

agradável. As pessoas têm que gostar.


• Ninguém pergunta: “Será que Deus gosta?”


4. Ser igual aos outros.


• Para competir, temos que ser como eles.

Foi assim que Israel rejeitou seu Rei (1Sm

8.20), querendo ser igual às outras

nações.


• Eles foram chamados para ser santos, ou

seja, diferentes, mas preferem ser iguais!


• Um dos motivos para o uso é ser igual.

Fazer o que todo mundo está fazendo.


5. Irracionalidade e simplismo.


• Não é bom pensar! Tudo é muito complicado!!

• Para eles, a questão da música instrumental é

um “legalismo” - “coar mosquito”.

• Na verdade, esta irracionalidade e simplismo fez

com que os troianos levassem o cavalo de Tróia

para dentro de sua cidade.

• A música instrumental está destruindo as igrejas

evangélicas.

• Já destruíu as igrejas de Cristo que não se

acautelaram dela. Infelizmente irá destruir

igrejas que, hoje, acham tudo isto muito

complicado ou muito detalhado.


6. Desejo de exercer domínio.


• Infelizmente, há desejo de poder por trás do “louvor”.


• Os cantores e as bandas musicais, sabendo de seu

poder de influência, não querem perder isto.


• Hoje, o povo que vai a uma reunião não pergunta:

“Qual o tema dos estudos?” mas sim “Quem vai

cantar?”


• Em muitas igrejas modernas, o salário mais alto não

é mais o do pregador ou de algum ministro de ensino,

mas do chamado “ministro de louvor”.


• O problema é que o que se recompensa não é a

base bíblica da música, mas a estética. Normalmente

eles não têm o dom de ensinar e nem são teólogos.


7. Tendências separatistas e facciosas.


• A Bíblia já advertia contra irmãos que gostam de fazer

divisões (Rm 16.17; Tt 3.9-11).


• Estes têm a tendência de usar assuntos controvertidos

para dividir a igreja.


• Ocasionalmente, há o desejo de ‘marcar época’,

fazendo algo que ninguém fez antes.


• Em alguns casos, problemas de relacionamento pessoal

são transferidos para o campo doutrinário com o alvo de

“santificar e justificar” o ataque a um adversário.


• Também ocorrem os que pensam que a divisão não é

pecado ou que a culpa da divisão não é deles, mas dos

que se opõem ao ensino de uso de instrumentos de

culto.


Álvaro César Pestana

2008