Música Acapela
• Música acapela = “música vocal”
• A palavra acapela vem do latim “a” +
“capella”, ou seja, “à moda, ao estilo” +
“da igreja”.
• Como ocorreu o fato lingüístico definir
música vocal como música de igreja?
• Tal equação vem do fato da musica vocal
ser, por mais de um milênio, a música que
se canta nas igrejas.
A música cristã era diferente da
música do templo judaico.
NO VELHO TESTAMENTO: Instrumental.
• Nm 10.8,10 – Trombetas, sacerdotes, sacrifício; 1Cr 13.8 – Arca,
instrumentos, etc; 2Sm l 6.12-19 – Arca, levitas, danças, instrumentos,
sacrifícios; 1Cr 25.1,6 – Levitas, Templo, instrumentos; 2Cr 5.12-13 –
Levitas, Templo, instrumentos; 2Cr 29.27-30 – Holocausto,
instrumentos, levitas; Sl 32.2-3; 71.22-23; 149.3 – Tocar e cantar;
Salmo 47.6 – Cantar; Salmo 150 – Muitos instrumentos e danças; 1Cr
15-16; 23.5; 25.1; 2Cr 29.25 – tudo autorizado
NO NOVO TESTAMENTO: Vocal.
• Mateus 26.30 & Marcos 14.26 - cantar hinos; Atos 16.25 - cantar
louvores; Romanos 15.9 - glorificar e cantar louvores; 1 Coríntios 14.15
- cantar com o espírito e a mente; 1 Coríntios 14.26 - um tem salmo;
Efésios 5.19 - falando e entoando salmos, hinos e cânticos espirituais;
Colossenses 3.16 - instruir e aconselhar com salmos, hinos e cânticos
espirituais; Hebreus 2.12 - cantar louvores; Hebreus 13.15 - sacrifício
de louvor, fruto de lábios que confessam o seu nome; Tiago 5.13 -
cantar louvores.
A música cristã era diferente da
música da sinagoga judaica.
Sinagoga:
* Sábado
* Lei e profetas
* Hierarquia patriarcal
* Centralidade da lei
* Pregação de Moisés
* Lei e tradição
* Uns poucos dirigiam
* Mulheres proibidas de cantar
Igreja:
* Domingo
* Jesus e apóstolos
* Comunidade fraternal
* Centralidade da ceia
* Pregação de Jesus
* Evangelho e Espírito
* Todos cantavam
* Mulheres cantando com os homens
A música cristã era diferente da
música dos pagãos.
• A música pagã: expressão de sentimentos, amores,
religiosidade; usos militares, escolares, civis, etc. Ás vezes,
era associada a modos efeminados.
• Nos cultos pagãos: (i) melodias elaboradas e (ii) uso de
instrumentos: Os “adoradores” eram apenas
“expectadores”.
• Na prática, as músicas nos rituais pagãos serviam: (i) para
atrair e agradar os deuses e repelir os demônios; (ii) depois,
ajudavam a criar êxtase e frenesi nos adoradores (As
bacas, no ápice de seu frenesi musical e ritual,
despedaçavam um animal ainda vivo e comiam sua carne
quente e crua); (iii) também, eram usados para abafar o
som (gritos) dos animais sacrificados.
• Nada disso servia aos cristãos.
A música cristã era diferente da
música dos pagãos.
• Uma paráfrase de Ef 5.19: “Quando vocês se reunirem, façam que
sua alegria consista, não em ficar cheios de vinho, mas cheios do
Espírito; façam suas músicas serem não as músicas dos bêbados
das festas pagãs, mas que suas músicas sejam Salmos e Hinos e
Odes espirituais; e que o seu acompanhamento não seja a música
feita na lira, mas a música feita no coração; quando vocês cantarem
estas músicas estarão louvando, não a Baco ou Afrodite, mas o
Senhor Jesus Cristo”.
• Os cristãos foram contraculturais!
• Sua música era (i) vocal e (ii) monódica.
• Não usavam instrumentos e o tom era um só.
• Estavam em agudo contraste com cultura religiosa da antiguidade,
que cultuava (i) com instrumentos variados e (ii) com melodias
elaboradas.
• No Século II em diante, a igreja foi contra o uso de instrumentos em
casas ou em particular, por estarem associados a idolatria,
imoralidade e ao ócio.
A música genuinamente cristã:
• A lista abaixo mostra que esta música vocal é a ÚNICA
recomendada à igreja cristã. Mt 26.30 & Mc 14.26; At
16.25; Rm 15.9; 1Co 14.15, 26; Ef 5.19; Cl 3.16; Hb
2.12; 13.15; Tg 5.13. Estes são TODOS os textos sobre
a música na igreja.
• A lista abaixo irá mostrar que esta música instrumental
NUNCA é recomendada à igreja cristã. Mt 6.2; 9.23;
11.16-17; Lc 15.25; 1Co 13.1; 14.7, 8; 15.52; 1Ts 4.16;
Ap 5.8; 8.6; 14.2; 18.22. Nenhum destes é mandamento;
nenhum deles fala do culto na igreja; nenhum deles
pode justificar o uso de instrumentos no culto a Deus.
Eles mostram que os cristãos antigos conheciam todos
os tipos de instrumentos de seu tempo, mas não
usavam nenhum no culto a Deus.
Características do louvor vocal cristão:
1. Louvor cristão por natureza
2. Louvor cristão por forma
3. Louvor cristão por função
4. Louvor cristão por obediência
5. Louvor cristão por consciência e unidade
6. Louvor cristão por pureza e prevenção
Características do louvor vocal cristão:
1. Louvor cristão por natureza
• Doutrina da criação
• Doutrina da ressurreição
• Doutrina de Deus
• Doutrina da obediência
Características do louvor vocal cristão:
2. Louvor
cristão
por
forma
Confessando Deus (Hb 13.15) sim não
Louve a Deus (Hb 2.12) sim não
Com entendimento (1Co 14.15) sim não
Com o espírito (1Co 14.15) sim não
Admoeste (Cl 3.16) sim não
Ensine (Cl 3.16) sim não
Com o coração (Ef 5.19) sim não
Fale em cânticos (Ef 5.19) sim não
ORDENS DO NT VOZ Instr.
Características do louvor vocal cristão:
3. Louvor cristão por função
• Cantar é um meio de pregar a Cristo:
• Cantar é uma confissão de fé:
• Cantar é encher-se do Espírito e da Palavra de Cristo:
• Cantar é oferecer um sacrifício espiritual:
• Cantar é compartilhar e antecipar o futuro louvor celeste:
• Cantar é realizar edificação mútua:
• Cantar exemplifica a unidade da igreja:
• Cantar envolve toda a pessoa:
• Cantar expressa as mais profundas emoções e
sentimentos:
• Cantar é seguir o caminho de Jesus:
Características do louvor vocal cristão:
4. Louvor cristão por obediência
"
NÃO ULTRAPASSAR O QUE ESTÁ ESCRITO"
O ESPECÍFICO EXCLUI O GENÉRICO
��O CASO DE NADABE E ABIÚ: Lv 10.1-2
��O CASO DE MOISÉS: Nm 20.8-11
��O CASO DE JONAS: a ordem para ir a Nínive exclui Társis...
��O CASO DO TABERNÁCULO: a planta que Deus deu exclui
qualquer outro projeto...
��O CASO DA ARCA: "tábuas de cipreste" exclui jacarandá,
pinho etc.
��O CASO DA CEIA: "pão e fruto da videira" exclui carne, água,
legumes, etc.
��O CASO DO BATISMO: “imergir” exclui aspergir, derramar,
molhar ou qualquer outra forma.
��O CASO DA MÚSICA: "cantar" exclui tocar, acompanhar,
dançar, bater palmas, etc.
Características do louvor vocal cristão:
5. Louvor cristão por consciência e
unidade
• Dúvidas sobre a questão
• Unidade da igreja
Características do louvor vocal cristão:
6. Louvor cristão por pureza e prevenção
• O “Cavalo de Tróia” da Teologia
• História das igrejas de Cristo no Brasil
central e no nordeste
História da igreja
• Na igreja primitiva
• Na igreja antiga
• Na Idade Média
• Na igreja grega
• Na Reforma Protestante
• Nas igrejas modernas
Música na igreja apostólica
• "A sinagoga ... desenvolveu um tipo de música exclusivamente vocal"
(Everett Ferguson, Encicl. do Cristianismo Primitivo, p.630)
• “Presumimos que a adoração cristã primitiva era estritamente vocal...” (D. P.
Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 95)
• “Os pais da igreja primitiva proibiam o uso de música instrumental na
adoração.” (D. P. Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 109)
• “É verdade que a música instrumental para a adoração não é
mencionada
instrumentos eram usados apenas em conexão com as ofertas
sacrificiais, eles não tinham lugar na adoração da sinagoga judaica.”
(D. P. Hustad, Jubilate: A música na igreja, p. 57)
• “Na igreja cristã primitiva havia, entretanto, um forte sentimento contra
o uso de instrumentos no culto divino.” (George W. Stewart, Music in
Church Worship,
por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p.89)
• “O desenvolvimento da música Ocidental foi decisivamente
influenciado pela exclusão dos instrumentos musicais da igreja cristã
primitiva.” (Paul Henry Lang, Music in Western Civilization, New
Praise!, p.89)
Música na igreja antiga:
• “Os cristãos primitivos recusaram-se ter qualquer coisa a ver com a
música instrumental que eles herdaram do mundo antigo. ... Em
outras palavras, música foi destinada a estar ligada à linguagem por
muitos bons séculos.” (Theodore M. Finney, History of Music, rev.
ed., New York, Harcourt, Brace & Co, 1947, p.43, citado por Rubel
Shelly, Sing his Praise!, p.90)
• “Na igreja cristã primitiva somente o canto foi permitido e não o
tocar de instrumentos.” [Tradução livre de Hugo Leichtentritt, Music,
History and Ideas,
34, citado por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p. 90].
• “A comunidade cristã primitiva tinha o mesmo ponto de vista, como
se pode conhecer pela literatura apostólica e pós-apostólica: muisa
instrumental era totalmente inadequada para os cultos religiosos; as
fontes cristãs são retumbantes em sua condenação às performaces
instrumentais. Originalmente, somente canto foi considerado digno
de ter acesso direto à Divindade.” (Eric Werner, “Music of Post-
Biblical Judaism” in The New
Egon Wellesz,
por Rubel Shelly, Sing his Praise!, p.90)
Sobre a introdução de instrumentos na
música da igreja:
�� O uso de música instrumental foi um dos
desvios da Igreja Romana.
�� Até hoje, a Igreja Grega não usa música
instrumental.
�� O órgão moveu-se das cerimônias imperiais
para a igreja, entre o sétimo e o décimo séculos.
�� Lutero fez o povo cantar e orar.
�� Zwinglio tirou os órgãos e a música como um
todo do culto.
�� Calvino, retirou os instrumentos pois não são
explicitamente mencionados no culto do NT.
Música na igreja grega
• "O critério geral dos primeiros patriarcas da igreja era
frontalmente contrário ao uso de qualquer instrumento
no templo (igreja)" (Encicl. Católica, "Órgão", Vol. V,
pág. 1064.)
• "O uso do órgão nas igrejas é atribuído ao papa Vitalino
(657-672 d.C.)". (Philip Schaff, História da Igreja
Cristã, IV, pág. 439)
• "Uma forte oposição ao órgão no culto da igreja fez-se
sentir, no sentido geral, até o século XII." (Encicl.
Católica (inglesa), XI, pág. 300-301)
• "Os gregos (igreja ortodoxa grega) rejeitam órgãos e
instrumentos musicais..." (Encicl. Schaff-Herzog, IV,
pág. 51)
Música vocal em outras igrejas:
�� Há ainda hoje alguns grupos que só
usam música vocal e que não permitem
música instrumental.
• Igreja Ortodoxa Grega
• Igreja Jacobita
• Igreja Nestoriana
• Igreja Siríaca
• Todas as igrejas reformadas, no início de
sua separação de Roma
As igrejas reformadas:
�� Os Reformadores foram contra os instrumentos, mas,
como o passar dos anos, todas as igrejas reformadas e
evangélicas adotaram o uso de instrumentos.
�� A reintrodução da música instrumental no louvor é
paralela com a cada vez maior exclusão do povo do
louvor, para centralizá-lo nos ‘clérigos’, como se faz hoje
‘banda’ da igreja é que louva e é a dona do louvor. O
resto é figurante, expectador ou segunda voz (para não
dizer ‘voz de segunda’).
�� Os grupos pentecostais e carismáticos surgiram depois
da música instumental estar bem instalada nas igrejas,
de forma que o instrumento musical no culto faz parte do
“dna” destas igrejas.
Mais citações:
• “Por quase mil anos o Canto Gregoriano, sem qualquer
adição instrumental ou harmônica, foi a única música
usada em conexão com a liturgia” (Catholic
Encyclopedia, 1913 ed., s. v. “Musical” citado por Rubel
Shelly, Sing his Praise!, p.91)
• “Pio X em seu (escrito) Motu proprio sobre a música da
igreja (22 de novembro de 1903) no parágrafo IV diz:
‘Apesar da música própria da igreja ser música
puramente vocal, música com acompanhamento de
órgão é também permitida...” (Citado por Rubel Shelly,
Sing his Praise!, p. 91)
Mais citações
• Enciclopédia Católica , vol. X, pág. 651 – “Embora que
Josefo falasse dos efeitos maravilhosos produzidos no
templo (judeu) pelo uso do instrumento, os primeiros
cristãos eram duma fibra tão espiritual, que não
substituíram um instrumento sem vida em lugar da voz
humana, ou para acompanhar a voz”
• Clemente de Alexandria condenou severamente o uso
de instrumentos. Seu texto, freqüentemente mal citado
sobre a permissão do uso de harpas dizia respeito ao
seu uso em refeições familiares e não refeições da
igreja (Clem. Alex., Pedagogo, 2.4.43).
• “Toda a múcisa cristã antiga era vocal: ‘Nós precisamos
um instrumento: a pacífica palavra de adoração, não
harpas ou tambores, ou gaitas ou trombetas’ disse S.
Clemente de Alexandria cerca de 200 AD.” (Curt Sachs,
Our Musical Heritage, 2nd ed, Englewood-Cliffs,
Prentice-Hall, 1955, p. 43, citado por Rubel Shelly, Sing
his Praise!, p. 90).
RESPOSTAS A ERROS E
ARGUMENTOS COMUNS
USADOS
MÚSICA INSTRUMENTAL NA
IGREJA
ERRO # 1 - “Os cristãos antigos não
usavam instrumentos no culto por causa
de sua baixíssima cultura”
• Que boa parte dos cristãos era pobre é
verdade, mas havia ricos. E os pobres não
teriam acesso a instrumentos? Os ricos
não providenciariam? Os escritores do NT
citam todo tipo e espécie de música em
seus escritos. Sua cultura musical não era
tão baixa como alguns supõem.
ERRO # 2 – “Eles não usavam instrumentos
por medo da perseguição.”
• Se isto fosse verdadeiro os cristãos não
cantariam.
• Se o medo da perseguição fosse tal, a
igreja seria muda!
ERRO # 3 – “Os Salmos falam de instrumentos e
a igreja usava os salmos”.
• Os Salmos mencionam sacrifícios de animais
(Sl 50), o sacerdócio araônico (Sl 132), incenso
(Sl 141), o templo físico (Sl 65) e até sábados
(Sl 92 - título).
• Tudo isto é passado, é a velha aliança que
Jesus encravou na cruz (Efésios 2.15;
Colossenses 2.14).
• Os antigos cristãos trataram os instrumentos
dos Salmos de duas formas: (1) Aceitaram que
eram coisas da Velha Aliança, não úteis para a
igreja; (2) Alegorizaram os instrumentos,
fazendo-os assemelhar-se às partes do corpo
humano que louva a Deus.
ERRO # 4 – “Temos harpas sendo usadas
no Apocalipse”.
• Sim, são citados em Apocalipse 5.8-9;
14.2-3; 15.2-3, mas não como ordem ou
exemplo para a igreja.
• O livro é simbólico e cita o incenso
(Ap.5.8; 8.3-3), o altar de sacrifícios (Ap
6.9), vestes sacerdotais (Ap 6.11; 7.9), o
templo judaico (Ap 11.1-2), a arca da
aliança (Ap 11.19) e outras cerimônias e
artefatos de adoração do Velho
Testamento.
ERRO # 5 – “Este assunto é matéria de
escolha livre de cada grupo”.
• Mas há mandamentos no NT e a
consciência não é um guia seguro para
nossa vida espiritual. (Jz 21.25; Pv 14.12;
etc).
• Fé vem pela palavra (Rm 10.17) e neste
caso, não há liberdade, pois o Novo
Testamento diz o que quer de nós: canto
vocal!
ERRO # 6 – “Se não há lei, não há pecado”.
• Alguns tentam dizer que “O que não é
proibido é permitido”, sim, mas desde que
não se choque com o que foi ordenado.
Deus não proibiu o “Corbã”, mas rejeitou-o
quando ele tomou o lugar dos seus
mandamentos (Mc 7.9-13).
• Deus não pediu – Lv 10.1-2. É condenado
oferecer a Deus, no culto, o que ele não
pediu. Não há lei contra o terço, ou contra
incenso, etc – nem por isto podem ser
introduzidos.
ERRO # 7 – “O NT nem sequer menciona o
canto congregacional”.
• Isto é uma cegueira bíblica e histórica. Os
textos de Ef 5.19 e Cl 3.16 são claramente
comunitários e congregacionais.
• Ef 5.14 é um fragmento de uma música
cantada em comunidade, talvez nos
batismos!
ERRO # 8 – “O que vale é a intenção”.
• Deus matou dois que fizeram o que ele
não pediu (Lv 10.1-2).
• Deus condenou Moisés e Arão por causa
de fazer do seu jeito (Nm 20.8-12).
• Deus matou um “bem intencionado” (2Sm
6.6-7 e 1Cr 13.9-10).
• Deus rejeita modificações em suas ordens
(1Sm 15.1-19)
ERRO # 9 – “Mas nós usamos hinários e bancos
que também não são ordenados no NT”.
• Estas coisas podem ser usadas na igreja pois
cumprem o mandamento de ‘cantar’ e não o
alteram para ‘tocar’ ou ‘dançar’. Elas não
acrescentam, mas são modos específicos de
cumprir o mandamento.
• Os instrumentos musicais não são um modo
específico de cumprir o mandamento de cantar,
mas uma clara adição – uma outra ação
paralela à primeira.
ERRO # 10 – “Se podemos usar instrumentos no lar ,
porque não usar na igreja?”
• Mas o “lar” e a “igreja” são duas instituições distintas!
• O que pode ocorrer é a prática da igreja interfere no que
ocorre no lar. Na história da igreja, já no segundo
século, os instrumentos foram banidos até dos lares, por
não serem usados nas igreja.
• Analisando a questão de outro modo, todos
concordamos que se não é bom na igreja talvez não
seja bom no lar.
• Sem dúvida, contudo, o que se faz no lar não está
liberado para ser feito na reunião da igreja. Em 1 Co 11
Paulo mostrou que as refeições pessoais deviam ser
tomadas em casa, para diferencia-las da ceia do
Senhor, tomada em conjunto com a igreja toda e
lembrando de Jesus. O que se fazia em casa não podia
ser repetido na igreja!
• A igreja se reunia em casas, mas não tinha
comportamento de casa particular, mas de casa de
Deus.
ERRO # 11 – “A palavra grega PSALLO em Ef 5.19 inclui o uso de
instrumentos musicais”
Não é verdade. A palavra PSALLO tem mudado de sentido na história e o uso
cristão dela não incluia o instrumento musical.
A história da língua grega, 6 divisões:
1.Perído Formativo - 1500-
2. Período Arcaico - 900-
3. Período Clássico - 500-
4. Período Koinê -
5. Período Bizantino - 300-1453 d.C
6. Período Moderno - de 1453 até hoje.
O NT foi escrito durante o período do Grego Koinê.
Isto contribui para entender como PSALLO era entendido:
��No período Clássico, PSALLO = ‘tocar’
��No período Bizantino, PSALLO = ‘louvar’
E... no meio destes dois períodos está o Koinê e o Novo Testamento!!
PSALLO, em Rm 15.9, 1Co 14.15 (duas vezes), Ef 5.19 e Tg 5.13. Em todos
estes contextos, não há indicação de instrumento a ser tocado, a não ser
em Efésios 5.19, onde o instrumento citado é “o coração”!!
No grego Koinê, o grego com o qual o Novo Testamento foi escrito, tem se
chegado à firme conclusão que PSALLO significa louvor vocal e não
instrumental, pois este era o sentido do termo entre os judeus de fala grega
e entre a igreja cristã.
ERRO # 11 – “A palavra grega PSALLO em Ef 5.19 inclui o uso de instrumentos
musicais”
NÃO INCLUI.
O verbo PSALLO, na literatura pagã e antiga, e até durante o período Koinê, podia
incluir o sentido de “tocar harpa”, mas no Novo Testamento, quando se quer
falar de alguém tocando harpa, outras expressões são usadas: harpa =
KITHARA; tocar harpa = KITHARIZO; e tocador de harpa = KITHARODOS.
Nunca PSALLO é usado para designar o tocar harpa no Novo Testamento.
Os sinônimos e assemelhados a PSALLO, no Novo Testamento são: (i)
PSALMOS, da mesma raiz e também os sinônimos (ii) ADO, (iii) ODE, (iv)
HYNEO e HYMNOS. Todos estes termos falam da letra da música e não de
instrumentos.
Os termos pagãos mais comuns para música religiosa não ocorrem no NT.
A Epístola de “Barnabé” 6.16, do Segundo Século usa o verbo PSALLO em
substituição ao verbo HYMNEO (Sl 22.22 na LXX = 21.23; Hb 2.12), para falar
da música que “confessa” a Deus.
Justino Mártir no meio do Segundo Século, no Diálogo com Trifo 74.3 usa
PSALLO como sinônimo de HYMNEO (v. tb. 29.2).
Melito de Sardes (~180 AD), na sua Homilia sobre a Páscoa (80), usa PSALLO
para falar dos cânticos dos judeus, que eram vocais.
Clemente de Alexandria (~200 AD) muitas vezes mostra PSALLO como música
vocal. Em uma única passagem que fala de PSALLO acompanhado de cítara
ou lira, ele tem que mencionar estes instrumentos e ele os permite só nos
banquetes e não na igreja (Pedagodo, 2.4.43.3).
Orígenes também usa como sinônimos os termos PSALLO, e os outros termos de
música vocal da igreja.
Se PSALLO significar “tocar harpa”, então..
...todos na igreja devem tocar e não só para o “conjunto
musical” da igreja.
...temos que sempre ter o instrumento para poder louvar.
...o único instrumento autorizado para uso a harpa.
(Poucos usam harpas!).
...por que a vasta maioria das versões não faz esta
tradução?
...como explicar a omissão dos instrumentos até o século
sétimo ou décimo?
...por que a Igreja Ortodoxa Grega, que fala grego desde o
tempo dos apóstolos, não entende o termo desta forma?
Como e porque eles excluíram os instrumentos do
culto?
Na verdade, PSALLO significa louvar e se há um
instrumento inferido no contexto, este é o coração:
“salmodiando de coração” (Ef 5.19). É para cantar com o
coração e não com uma harpa material!
ERRO # 12 – “Os cristãos e os judeus rejeitaram os instrumentos
musicais por causa de um movimento cultural contrário aos
mesmos, que estava crescendo mais e mais no mundo grecoromano.”
• Esta atribuição é uma uma falsa causalidade.
• Para ilustrar esta falsa causalidade, usaremos um exemplo.
• Os filósofos estóicos e cínicos pregavam contra o
desregramento sexual do mundo greco-romano. Contudo,
afirmar que a ética sexual cristã é dependente do pensamento
anti-sexual dos filósofos greco-romanos seria uma falsa
causalidade.
• Os motivação e alvos dos filósofos eram totalmente diferentes
daquilo que movia os cristãos.
• Assim, o fato de observarmos em alguns discursos pagãos e
judaicos algum preconceito contra o culto “material e
instrumental”, os motivos explícitos dos cristãos e dos judeus
contra estes instrumentos nunca foi o da “espiritualização” do
culto.
• Os judeus e os cristãos aproveitaram todo tipo de discurso
filosófico de seu tempo contra os deuses, a idolatria, a
imoralidade e contra o culto mecânico. Contudo, aproveitar um
discurso é muito diferente de ser influenciado e moldado por ele.
QUAIS OS VERDADEIROS
PROBLEMAS E QUESTÕES
ENVOLVIDOS NA DEFESA DA
MÚSICA INSTRUMENTAL NA
IGREJA
1. Ignorância e falta de atenção.
Nas igrejas
• Não se questiona se os instrumentos deveriam ser
usados no louvor.
• Isto já estava lá antes deles chegaram e continuará lá
depois. “Eu nasci assim e vou morrer assim!”
• Ninguém pensou; ninguém examinou; ninguém
perguntou.
Na nossa fraternidade
• A maioria pensa que a ausência de instrumento é
costume, falta de dinheiro, tradição ou gosto particular.
• Não se pensa se há fundamento bíblico para a prática
do canto vocal.
• As igrejas que não estudam a questão estão fadadas a,
depois de uma ou duas gerações, ter os instrumentos
musicais introduzidos no culto – sem conhecimento o
povo de Deus é destruído.
2. Pragmatismo.
• Pragmatismo = Se funciona é certo e bom. Se não funciona é
errado e ruim.
• Cristãos de verdade não podem ser pragmatistas. Podem ser
práticos, mas nunca pragmatistas. O pragmatismo segue, não a
vontade de Deus, mas o que dá certo.
• Um dos principais motivos para ter instrumentos musicais na
igreja é “porque funciona!” Atrai povo, agrada o público, todos
estão fazendo isto, há uma enorme indústria da música gospel.
• O movimento de Crescimento da Igreja manda obter resultados,
fazendo tudo o que for possível.
• Eles não perguntam: “Nossos filhos terão fé?” Eles querem
responder à pergunta: “Nossa fé terá filhos?”, ou seja, eles se
preocupam com o crescimento e não com o conteúdo da fé.
• As igrejas que mais crescem = as que descobrem o que as
pessoas querem e oferecem este produto.
• É marketing! Não pensam em mudar o homem – pensam em
atendê-lo. Não se prega arrependimento, mas, sim, vitória. Não
se prega transformação mas, sim, boa impressão.
3. Cultura do entretenimento
• A indústria do entretenimento.
• A melhor tecnologia é deles [e do exército].
• Nunca a humanidade deu tanta atenção ao lazer –
ao fazer nada!
• O culto cristão tem que concorrer com os outros
“shows” do mercado. O modo que as igrejas
resolveram fazer isto é oferecendo um “show
religioso”.
• Se observarmos no Brasil, o que fazem as igrejas
neo-pentecostais e os movimentos carismáticos
romanos, veremos que é uma versão religiosa de
um show. O culto tem que ser atrativo e
agradável. As pessoas têm que gostar.
• Ninguém pergunta: “Será que Deus gosta?”
4. Ser igual aos outros.
• Para competir, temos que ser como eles.
Foi assim que Israel rejeitou seu Rei (1Sm
8.20), querendo ser igual às outras
nações.
• Eles foram chamados para ser santos, ou
seja, diferentes, mas preferem ser iguais!
• Um dos motivos para o uso é ser igual.
Fazer o que todo mundo está fazendo.
5. Irracionalidade e simplismo.
• Não é bom pensar! Tudo é muito complicado!!
• Para eles, a questão da música instrumental é
um “legalismo” - “coar mosquito”.
• Na verdade, esta irracionalidade e simplismo fez
com que os troianos levassem o cavalo de Tróia
para dentro de sua cidade.
• A música instrumental está destruindo as igrejas
evangélicas.
• Já destruíu as igrejas de Cristo que não se
acautelaram dela. Infelizmente irá destruir
igrejas que, hoje, acham tudo isto muito
complicado ou muito detalhado.
6. Desejo de exercer domínio.
• Infelizmente, há desejo de poder por trás do “louvor”.
• Os cantores e as bandas musicais, sabendo de seu
poder de influência, não querem perder isto.
• Hoje, o povo que vai a uma reunião não pergunta:
“Qual o tema dos estudos?” mas sim “Quem vai
cantar?”
• Em muitas igrejas modernas, o salário mais alto não
é mais o do pregador ou de algum ministro de ensino,
mas do chamado “ministro de louvor”.
• O problema é que o que se recompensa não é a
base bíblica da música, mas a estética. Normalmente
eles não têm o dom de ensinar e nem são teólogos.
7. Tendências separatistas e facciosas.
• A Bíblia já advertia contra irmãos que gostam de fazer
divisões (Rm 16.17; Tt 3.9-11).
• Estes têm a tendência de usar assuntos controvertidos
para dividir a igreja.
• Ocasionalmente, há o desejo de ‘marcar época’,
fazendo algo que ninguém fez antes.
• Em alguns casos, problemas de relacionamento pessoal
são transferidos para o campo doutrinário com o alvo de
“santificar e justificar” o ataque a um adversário.
• Também ocorrem os que pensam que a divisão não é
pecado ou que a culpa da divisão não é deles, mas dos
que se opõem ao ensino de uso de instrumentos de
culto.
Álvaro César Pestana
2008